INSÔNIA
Noite insone... Lá fora, chove suavemente. Gotas arriscam um breve contato com a superfície obscura e a preenchem de úmidas percepções. Rumor que poderia embalar as vivências mais longínquas, mas que assombram as ausências próximas a um horizonte cego. Nas sombras salpicadas, desfilam máscaras sobre as escuras paredes das memórias, correm os cantos e somem nos porões inexistentes de uma estrutura superficial... Espirais... Rotações em si, no outro... Em torno de nada, vazio... Às voltas com tudo, devaneios magistrais, quase religiosos, transformam os sussurros em orações desesperadas e o corpo dolorido na expiação resignada de todas as culpas.
Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 05/10/2005
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