JANELA ENTREABERTA
Não rompeu o arrepio no corpo. Um encontro de sentimentos passados com as emoções distantes das presenças. Talvez um frio, um olhar desencantado e uma inquietação justificada nos tantos porquês atropelados e lançados aos meios-fios da desilusão, do esquecimento... Caminhos paralelos, corpos eqüidistantes... A janela entreaberta foi fechada abruptamente por um vento intempestivo e apagou o horizonte do possível amanhecer. Criou grades. Escureceu celas solitárias. Aprisionou a noite num pensamento reticente e, quando reaberta, já não sustentava a mesma paisagem... Não há palavras para redesenhar o arrepio na alma, não há verbo que rasure a aflição de um sonho embotado, não há...
Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 30/09/2005
Alterado em 30/09/2005 |