Ainda o trem...
Distancio-me da estação. Caminhos cicatrizados nos solos vulneráveis não apresentam novos horizontes. Atravesso pontes quase virgens, desbravo uma natureza selvagem esquecida da civilização, trilho, não paro... Lareiras de sonhos, noites sob céus distintos, dias encarrilhados numa sucessão de vir a ser e amanhecer... Por instantes, sinto sair dos trilhos e perder o rumo na devastada lembrança de tantas paisagens, sinto-me reter nos passados dormentes. Desprendo-me, mas, com um nó atado no silêncio, continuo o trajeto com os olhos nublados sem saber para onde...
Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 28/09/2005
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