O teatro paranaense está de luto. Lala Schneider abriu as cortinas do céu e ganhou o palco eterno como a verdadeira protagonista da vida. A grande senhora do teatro iniciou sua carreira em 1950, quando representou no espetáculo O poder do Amor, e sempre permaneceu em destaque no cenário artístico com participação em uma centena de peças, nove filmes e oito novelas.

Lala Schneider faleceu na sua casa em Curitiba na manhã de 28 de fevereiro enquanto dormia. A morte envolta no sonho de vida da atriz apaixonada pela carreira, conhecida pelo riso solto e pela alegria, surpreendeu a todos que a conheceram. Lala se despediu em harmonia com a celebridade incorporada com a aclamação de sua trajetória.

Lala era conhecida em todo o Brasil, mas dedicou-se apaixonadamente ao Paraná onde realizou grande parte de sua obra, influenciou e formou gerações de atores como Luiz Melo e Ranieri Gonzáles e foi agraciada com diversos prêmios, entre eles o Troféu Gralha Azul em 1984 e 1993.  

O ator Danilo Avelleda conheceu Lala Schneider logo no início de sua carreira em 1960 e trabalhou com a atriz na TV e nos palcos de Curitiba. “Lala era uma atriz incrivelmente dedicada e profissional. Lembro que ela sempre falava que ficar afastada dos palcos por mais de dois meses era um grande motivo de angústia. Para Lala, estar em cena era remoçar. O teatro era o motivo de sua alegria infindável.”  

A atriz foi velada no saguão de exposições do Teatro Guaíra entre as inúmeras coroas de flores e o grande mural com fotografias de sua carreira. A permanência da exposição dos coloridos figurinos do espetáculo O Grande Circo Místico, enfileirados perto da parede, foi uma circunstância harmônica com a despedida da grande senhora que dedicou a vida aos palcos, encheu de luzes e cores inúmeras platéias e alicerçou o sonho com a felicidade entreaberta em seu sorriso constante.

Serena, Lala encerrou sua temporada entre nós e iniciou a eterna e merecida turnê pelos tablados da recordação e da admiração.