PALAVRA SOBRE TELA VI
Quase noite. A sombra do homem se alonga nas luzes tardias, rasga os passos como cinzel e derrama expectativas abortadas sob o olhar atento do menino. O abandono do fruto amadurecido assusta a face infante e a encarcera no verso condenada a velar os espectros do esquecimento. Dilaceradas as percepções inaugurais, o homem singra os mares distantes enquanto o menino sangra o que poderia ter sido.
(a fotografia da obra de Jorge Cerqueira que inspirou o texto está nas fotos)
Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 29/01/2007
Alterado em 30/01/2007 |