LUCIDEZ DO INSTINTO
Olho-te no reflexo do espelho e meus sentidos adormecem neste instante passam coisas muitas coisas no pensamento e ao tentar dizer-te a entrega me emudece. Sinto-te os braços nos toques mais leves e quando penso em envolver-te os braços desfolham secos como se no outono estivessem. Miro-te distante e os teus olhos se fazem perto confundem-me com o brilho que de tão traiçoeiro parece rasgar o céu como canivete. Vejo o movimento dos teus lábios finas linhas no conjunto do universo mas não ouço nada. Sinto congelar a imagem no mais denso arrepio como se estivesse cumprimentando a entrada do inverno. Teu sorriso desfila na passarela da madrugada umedecido pelo orvalho mostrando que em tempo a primavera chegou acompanhada. Beijo-te a boca com sede insaciável o calor que me conquista confessa-me que o verão sempre chega mesmo que um pouco tarde. E assim... Olho-te no reflexo do espelho e meus sentidos adormecem e neste instante passam coisas muitas coisas...
Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 10/07/2005
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