FRUTOS ESQUECIDOS
Retirante traço gasto. Bagos secos ainda agarrados aos seios dourados do tempo balançam no caminhar lento da senhora que agasalha o olvidado ventre com as negras vestes que desfolham e fermentam o vinho vertido nos sucessivos lutos por entre as pedras do esquecimento. Sarmentos podados, o corpo nu sofre as intempéries do frio, enraizado no calor das primaveris recordações, e a alma acobertada de ladainhas veste a capa fria da resignação.
Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 24/11/2006
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