SONO ENTRECORTADO
Sonhos costurados com pensamentos recorrentes. Olhos abertos passeiam pelas paredes sombreadas, principiam vertigem nos indícios de fantasias. Talvez a leitura da cabeceira possa ancorar a noite numa baía serena. A cautela de se lançar em jornadas do não-eu e alcançar as calmarias... Dispersão quase desatenta. Um estado latente quando tudo se mistura e inquieta. A manhã está próxima. A atenção se equilibra nas palavras escritas, mas não prospera... Novamente no escuro, os olhos tentam decifrar símbolos espiralados, lêem o silêncio com o murmurinho do que se perde nas sombras matutinas, nos passos apressados, e grita aos sonhos com os ecos ancestrais de uma noite estrelada. Pela fresta da janela, uma estrela infante ainda se espreguiça no alvo lençol da alvorada... Preguiçosa, ignora o despertar do relógio e fecha os olhos aos pensamentos entrecortados que rompem o dia com novas reticências...
Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 16/09/2006
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