SOLILÓQUIO
Reprisei as falas da personagem desnuda. Tentei recriá-la com a minha experiência, mas já era tarde. Ela não mais poderia existir sem as circunstâncias. O cenário era o caos de alguns sentimentos que permanecem em busca de justificativa. Sem identidade, como espectros, vagaram memórias insones percorrendo as espirais da tragédia e da comédia.
Argumento encerrado em reticências. Fecho as cortinas da fantasia enquanto troco as vestes do pensamento. Interregno. Sinto-me preencher de luz. Um novo enredo. Ainda não identifico as pautas, os anseios, as desculpas, mas estou repassada de paixão. Redescobri o íntimo numa noite profunda sem sonhos ou pesadelos. Desgarrada da insônia, esqueci... Não mais senti o suor do seu nome.
Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 09/02/2010
Alterado em 09/02/2010 |