Colcha de Retalhos

"O homem é um deus quando sonha e não passa de um mendigo quando pensa." Holderlin

Textos

Barbarinha, Barbarella, a menina da janela-teatro
BARBARINHA, BARBARELLA,
A MENINA DA JANELA


Personagens:

Barbarella (menina de seis anos, com grandes olhos negros)
Vitor Ugo (boneco de pano de Barbarella que passa os dias sentado em frente ao aparelho de TV) Barbarella quando estiver conversando com os passarinhos em sua janela sempre o chamará mas ele estará ocupado. Irá contrariado ao encontro no parque.
Mãe
Pássaro mensageiro (Romeu)- (pássaro azul com marcas de batom na face e pequenos corações colados ao corpo) O pássaro é mensageiros de correspondências amorosas, recita pequenos versos para Barbarella na janela.
Casal de periquitos (João e Maria) – (periquito verde com asas amarelas e periquita amarela com asas verde). Namoram no parapeito da janela da Barbarella.
Pássaro orador (Cícero) - (topete loiro e óculos) Ele será o porta-voz dos pássaros, só aparecerá no encontro da praça.
Pássaro "manco" (Tristão) - (pássaro com o corpo acinzentado, com a cabeça preta e bico forte e avermelhado) Voará com apenas uma asa, porque foi atingido por uma pedra atirada por um menino. Será um pássaro triste e envelhecido, apesar de jovem. Vive no alto da árvore em frente da janela da Barbarella...
Pássaro construtor  (Pedro)- (pássaro cor de canela com o peito vermelho – João de Barro) Construirá os ninhos dos passarinhos nas árvores, vive ocupado com seus afazeres. Quer melhores condições de trabalho e maior valorização profissional.


O cenário será composto por uma janela no segundo plano e uma árvore no primeiro. Barbarella estará debruçada no parapeito, onde estará um casal de periquitos namorando. Na árvore estará o pássaro Pedro construindo um ninho e o pássaro Tristão, calado, olhando para a platéia com tristeza, em alguns momentos suspirará.

Barbarella (acenando) Tchau, mamãe. Bom trabalho!

(Barbarella entra, o casal de periquitos está namorando no parapeito da janela.)

(O pássaro mensageiro pousa no parapeito da janela de Barbarella.)

Pássaro Romeu -   Cartas perfumadas
Declarações ao vento
João e Maria namoram
Rimas de sentimento.

Barbarella – Bom dia, pássaro poeta! Veio entregar uma carta...

Pássaro Romeu – Sim, muitas! João e Maria adoram escrever cartas de amor... (joga várias cartas seladas com coração). Pena que namoram tanto que não encontram tempo para lê-las.

Eu te amo muito, Maria
Não vivo sem ti, João
Palavras se abraçam
Janela de um só coração.

Barbarella – (aplaudindo) Lindo! Lindo!

Pássaro Romeu –   Barbarinha, Barbarella
A menina da janela
Voa com os passarinhos
Do amor a sentinela.

Barbarinha, Barbarella
A menina da janela
Risca o céu de fantasia
Com as cores da aquarela.

Barbarella - Gosto tanto quando me visita. Sempre com seus versos bonitos...

Pássaro Romeu - Está um dia lindo Barbarella. O sol quente no horizonte aquece meus longos vôos.  

Barbarella - Ainda tem muitas cartas para entregar?

Pássaro Romeu - Antes tivesse Barbarella. Hoje o movimento caiu muito. As pessoas não têm mais tempo para escreverem cartas de amor... E ainda existe essa tal de Internet que dizem que manda as mensagens de forma mais rápida e segura...

Barbarella - Quando crescer, quero namorar um príncipe muito lindo que me escreverá muitas cartas de amor.

Pássaro Romeu -   No reino cresce um menino
Perto da casa amarela
Amadurece um homem lindo
Grande amor de Barbarella.

Barbarella – Depois irei casar e terei muitos filhos. Quero uma família grande e feliz... Pena que a vida esteja tão difícil. Quando peço uma irmã, minha mãe sempre desconversa.

Pássaro Romeu -   Não pense nisso pequena. Aproveite o que tem.

Barbarella (Vira-se para dentro) Vítor Ugo larga essa televisão, vem conversar com o pássaro poeta. Vem Vítor Ugo, o dia está lindo. Vem...!

Pássaro Romeu – Ele nunca sai da frente da televisão?

Barbarella – Vítor Ugo é muito preguiçoso. Passa o dia inteiro sentado vendo os mesmos programas. Vê até programa de adulto...

Pássaro Romeu – Não sabe o que está perdendo. O dia está lindo e o sol tão quentinho!

Barbarella - Romeu, por que seu rosto é marcado de beijos e o corpo com corações?

Romeu - Trago no corpo a propaganda do meu ofício - mensageiro do amor, mas não vivo só do amor dos outros. Sabe, tenho muitas admiradoras que sempre arranjam um jeito de me marcar nos encontros.

Barbarella – Já tem namorada?

Pássaro Romeu – Algumas paqueras. Ainda sou muito novo para me amarrar.

Passarinhas. Passarinhas
Encontros no portão
Sou jovem e não me prendo
A um só coração.

Vivo muito apaixonado
Cada encontro, um beijo
Guardo cada coração
Bordado em meu peito.

Barbarella - Quem é aquele pássaro na árvore que está sempre construindo um ninho? Ele parece sempre tão ocupado.

Pássaro Romeu – É Pedro, o pássaro construtor. Ele é um pássaro muito responsável e trabalhador. Constrói ninhos muito seguros e bem acabados. Pena que sempre esteja muito ocupado para o lazer. Acho que você gostaria de conhecê-lo... Pedro! Pedro!

Pássaro Pedro – Bom dia, Romeu!

Pássaro Romeu – Venha cá! Quero apresentá-lo à Barbarella.

Pássaro Pedro – Bom dia, Barbarella, a menina da janela. É um prazer conhecê-la, mas não posso ir cumprimentá-la porque estou muito ocupado com esse ninho. Preciso terminá-lo ainda hoje para começar a fazer o ninho do João e da Maria.

Barbarella – É um prazer conhecê-lo, pássaro construtor. Admiro muito o seu trabalho. Seus ninhos ficam lindos.

Pássaro Pedro – Agora voltarei ao trabalho, ainda tenho muito que construir.

Pássaro Romeu e Barbarella – Tchau, Pedro!

Barbarella – Ele nunca se cansa...?

Pássaro Romeu – Ele é um pássaro muito exigente e perfeccionista. Acha que o mundo vai parar se ele descansar...

Barbarella – E aquele que está sempre triste e que tanto suspira?

Pássaro Romeu -  Tristão, o pássaro manco. Voa apenas com uma asa, a outra foi quebrada por um estilingue. Ninguém pode falar sobre esse assunto. Ele não gosta que percebam sua deficiência.

Barbarella – Que triste! Não tem como consertar sua asinha? Será que ele nunca mais vai poder voar como um passarinho normal?

Pássaro Romeu – Acho que não. Faz muito tempo, ele ainda era um filhotinho e voava baixo, por isso não conseguiu escapar...

Barbarella – Ele é tão solitário! Vive olhando para o horizonte do alto daquela árvore.

Pássaro Romeu – Ele não gosta de criança. Acha que são perversas e traiçoeiras.

Barbarella – Me apresente...

Pássaro Romeu – Sei não! Ele pode não gostar...

Barbarella – Por favor, pássaro poeta, me apresente. Deixe eu tentar fazê-lo gostar de mim. Afinal somos vizinhos...

Pássaro Romeu – Tristão! Quero apresentá-lo a Barbarella.

(O pássaro Tristão faz um breve aceno para Barbarella e solta um longo suspiro. Volta a olhar para platéia.)

Barbarella – Quando quiser pássaro Tristão venha a minha janela para conversarmos um pouco!


(Tristão balança a cabeça.)

Pássaro Romeu –  Minha vida de mensageiro
Voar o mundo do amor
Levo cartas e sorrisos
Amenizo saudade e dor.

Cruzo céus e horizontes
Para entregar declarações
Dias de sol, dias de chuva
Sempre cumpro minha missão.

Barbarella - Suas palavras são tão bonitas. Acho que poderia mandar uma carta para o meu pequeno príncipe...

Pássaro Romeu - Tenho de ir Barbarella. Alguns apaixonados me esperam, hoje é sexta-feira, dia de muitos encontros.

Barbarella – Volte sempre, Romeu!

(Barbarella fica observando os periquitos namorando)

Barbarella – O amor é lindo! Quando crescer, quero casar com um príncipe tão apaixonado como o periquito João.

Vitor Ugo - Barbarella, vai começar “Os meninos super-fortes”.

Barbarella - Adoro esse desenho! Já estou indo, Vitor Ugo.

(Barbarella sai da janela)

Barbarella - Deixe um pouco de pipoca para mim, Vitor Ugo.

(Anoitece. Barbarella encontra a sua mãe e se abraçam. Barbarella conta da vinda do pássaro Romeu. A mãe de barbarella boceja e vai dormir sem dar muita atenção a história contada pela filha)

(Amanhece. Barbarella surge na janela e acena para sua mãe)

Barbarella - Mamãe, não esquece de comprar sorvete. Bom trabalho!
                    Vitor Ugo! Vem! O dia está lindo.

(Barbarella está molhando suas florzinhas, quando percebe a ausência dos passarinhos)

Barbarella – Onde estarão? Sumiram todos. O casal de periquitos não está na janela, o pássaro construtor largou a obra inacabada, Tristão abandonou a tristeza e nem o poeta veio recitar seus versos. Onde estarão os meus amigos passarinhos?

(Barbarella vê um passarinho – filhote – voando baixo e resolve segui-lo para descobrir o segredo dos passarinhos)

Barbarella – Vem Vítor Ugo! Vamos seguir o passarinho! Espere passarinho! Vou com você! (Barbarella pega o boneco de pano Vítor Ugo, colocando-o embaixo do braço.) Espere passarinho! Vamos juntos com você...

(No caminho, Barbarella tentará convencer um contrariado Vítor Ugo. Argumentará que fazer exercícios faz bem para saúde e que eles não irão demorar – chegarão antes de sua mãe voltar do trabalho).

(Barbarella chegará em uma praça cheia de pássaros. Estarão presentes Pedro, Tristão, Romeu e João e Maria. Ao centro estará um pássaro com grande topete loiro e óculos redondos – pássaro orador Cícero. Será muito impostado para falar.)

Pássaro Cícero – Marquei essa reunião para conversarmos sobre a situação dos homens. Não sei se os próprios percebem, mas eles estão se destruindo aos poucos: só comem porcarias, os adultos só pensam no trabalho e as crianças estão envelhecendo em frente a televisão...

Barbarella – Viu Vítor Ugo. Até os pássaros sabem que passar o dia inteiro em frente da televisão envelhece e faz mal...

Pássaro Cícero - O mundo está tão violento que as crianças ficam engaioladas em casa. Não podem brincar nos parques e nas ruas por causa do medo!

Pássaro Cícero – Fizemos uma série de estudos e não conseguimos entender o comportamento desses homens. Parecem não dar valor a própria vida...

Pássaro Tristão – Não dão valor a vida de ninguém! Acho que é despropositado perdermos nosso tempo pensando neles, se nem eles estão dando importância.

Pássaro Cícero – Tristão, não devemos deixar que nossas mágoas pessoais interfiram numa causa tão grande. O que seria do mundo sem os homens? Como poderíamos passear nos parapeitos num mundo sem janelas? Quem se encantaria com nossos vôos?

Pássaro Tristão – Vem falar de vôos logo para mim...

Pássaro Orador – O menino que te machucou nunca deve ter se sentido amado. Era um menino abandonado que não sabia dar valor a infância, mesmo a dos pássaros.

Pássaro Tristão - Mas o menino cresceu e caminha com as duas pernas, enquanto eu tento voar com uma asa só.

Pássaro Pedro – Entendo a preocupação dos homens. O trabalho dignifica... Só com o trabalho poderemos construir o futuro.

Pássaro Cícero – O trabalho é fundamental, mas não pode ser a gaiola a aprisionar nosso presente. Precisamos ter momentos de liberdade para simplesmente aproveitar a vida.

Pássaro Pedro – Trabalho de segunda a segunda. Só paro para comer e dormir.

Pássaro Cícero – Deveria se divertir mais. Por que não tira os domingos de folga e aproveita para passear e quem sabe até encontrar uma bela passarinha?

Pássaro Pedro – Vou pensar. Talvez aos domingos... Não tenho tempo para mim e sinto que os outros não se importam se continuo sendo útil.

Pássaro Romeu –   Pedro Pedreiro
Construtor e marceneiro
Trabalha de sol a sol
De ninhos, um obreiro...

Pássaro Pedro – O que o poeta sabe de trabalho?

Pássaro Romeu – Não vivo só de poesia. Sou carteiro com carteira assinada e tudo... Tenho até um plano de previdência privada.

Pássaro Pedro – (rindo) Que trabalho! Vive voando!

Pássaro Romeu –   Atravesso o mundo se preciso
Para entregar uma mensagem
Canso-me nos dias livres
Domingo namoro no parque.

Enquanto Pedro só trabalha
Construindo ninhos e casas
Não tem namorada alguma
Nem canta alegre na praça.

Tristão vive suspirando
Triste pássaro de asa quebrada
Chora um céu de melancolia
Não voa, nem canta a liberdade.


Pássaro Cícero – Pássaro Poeta, acho que esse não é o momento para brincar com as suas rimas. Estamos tratando um assunto extremamente sério.

Pássaro Romeu – Desculpe, pássaro orador, mas acho que o problema que estamos analisando se deve em parte a perda da poesia. Os homens estão perdendo a percepção do que é belo. Acho que devemos tentar iluminar suas mentes com nossas palavras, mesmo que alguns só possam escutar nossos cantos.

Pássaro Cícero – Devo reconhecer que está certo. Talvez se continuarmos voando e cantando, cortando os céus com nossa alegria, possamos fazê-los entender que precisam tratar da vida como um bem precioso.

Periquito João – O amor é a melhor arma contra a destruição...

Periquita Maria – Talvez a única. (Os periquitos se abraçam e trocam juras de amor eterno.)

Pássaro Cícero – Vamos cantar hinos de alegria, vamos aumentar nossos vôos. Quem sabe pelo menos possamos alertar as crianças...

Barbarella – Pássaro Cícero, quero dizer que estou muito comovida com a preocupação de vocês e acho que estão certos quando falam que os adultos só pensam no trabalho. Minha mãe trabalha o dia inteiro e no fim de semana quer dormir para descansar. Mal tem tempo para se divertir, está sempre muito preocupada. Contarei para ela o que presenciei aqui e na importância de aproveitarmos a vida.

Pássaro Cícero - Bela menina, se cada criança entender o que a vida representa e tentar mostrar para os pais, nosso papel estará cumprido e ainda poderemos manter a esperança.

(Os pássaros se despedem em revoadas. Barbarella volta para casa cercada pelos Pássaros Romeu e Pedro – o poeta e o construtor.)

(A mãe de Barbarella está chorando na janela. Pergunta para as pessoas de platéia se viram sua filha de seis anos que está sozinha na rua. Lamenta não estar mais presente na vida da filha.)

(Barbarella retorna com os passarinhos. Está do lado de fora da janela, do lado da árvore. Sua mãe continua dentro da janela.)

Mãe – (chorando) Onde andou, Barbarella? Estava super preocupada... Você é apenas uma menina de seis anos, não pode estar sozinha na rua.

Barbarella – Mamãe fui num encontro mundial de pássaros. Eles estão muito preocupados com a vida dos homens. Acham que estamos nos destruindo.

Mãe – Não fale bobagens, filha. Imagine os pássaros preocupados...

Barbarella – Os pássaros sim, mamãe. Estou com meus amigos que não me deixam mentir...

Mãe – (olhando os passarinhos em volta de sua filha) Quem são esses pássaros? E esse com corações colados no corpo?

Barbarella – São os pássaros que falei. Eles estão muito preocupados conosco e acham que só o amor pode nos salvar... Esse é o pássaro Romeu, mensageiro de cartas de amor. Vive recitando versos...E Pedro, o pássaro construtor...

(A mãe ri satisfeita, abraçando bem forte sua filha na janela.)

Mãe – Filha, acho que tenho trabalhado demais. No fim de semana iremos no parque fazer um piquenique. Se quiser pode convidar seus amigos passarinhos...

(Mãe e filha se abraçam.)

Barbarella – Será maravilhoso. Vamos amigos?

Pássaro Pedro – Não poderei ir porque estou com muito trabalho.

Pássaro Romeu – Pedro, lembre-se que se comprometeu a repensar no trabalho em sua vida. Construir ninhos é muito importante, mas a construção de uma vida significativa só depende de nós...

Pássaro Pedro – É, tem razão. Acho que posso folgar esse domingo. Preciso mesmo aproveitar o descanso num dia ensolarado.

Barbarella – Fique calmo, Vítor Ugo. Você também vai, eu não esqueceria de você. (Barbarella fala com o boneco em seus braços.)

(Os periquitos pousam abraçados no parapeito da janela.)

Barbarella – (vendo Tristão sentado no alto da árvore) Tristão, se quiser pode ir conosco ao piquenique. Iremos nos divertir a valer...

(O Pássaro Tristão acena a asa e balança a cabeça, sinalizando uma tímida afirmação.)

Pássaro Romeu – Prepararei muitos versos para recitar no parque...

Mãe – (observando o movimento dos passarinhos com os olhos arregalados) O que esses passarinhos tanto piam, Barbarella?

Barbarella – (rindo) Com o tempo você também entenderá a linguagem deles.

Mãe - Venha filha, vou fazer aquela pizza que você gosta!

(As duas saem da janela. Anoitece.)

Mãe -                     Sonha menina pequena
Nas cores de sua aquarela
Pinta um céu de fantasia
Ri meu riso, Barbarella.

Desenha a esperança
Pinta o rosto da sua boneca
Tece os retalhos de criança
Ri meu riso, Barbarella.

Esconde-esconde a tristeza
Brinca de casinha amarela
Pega-pega de alegria
Ri meu riso, Barbarella.

Dorme o sono tranqüilo
Menina com gosto de canela
Baila os sonhos em rodopios
Ri meu riso, Barbarella.


(Amanhece. Pássaro Romeu pousa no parapeito da janela e, com o peito projetado para frente, declama.)

Pássaro Romeu -   Amanheceu um novo dia
Sonhos sempre nos esperam
Somos a possibilidade do caminho
João, Laura e Gabriela.

Sonhos sempre são bem vindos
Realidades boas e ternas
Aproveitamos a vida
Anita, Vinícius e Berta.

Domingos livres no parque
Mãos dadas de afeto
Vestimo-nos de fantasias
Marina, Beatriz e Alberto.

Pedro constrói seus ninhos
Tristão da tristeza se despede
João e Maria já pensam em filhos
Eu, cartas de amor entrego.

Quem quiser que se apresente
Diga o nome e o verso
Amigos são grandes presentes
Jóias únicas do universo.
Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 13/05/2005


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras