ALEGORIAS DE MAIO
Passos farfalham no chão dourado de folhas Solo desenhado de trajetórias Pintam a face com uma viva aquarela. Alegorias ganham corpo e apresentam Maio de sonhos e histórias. O palhaço reencontra a alegria E brinca com balões coloridos, A bailarina veste a sapatilha E desliza leve em rodopios. A pequena atriz brinda o infinito. Uma trupe ensaia as entrelinhas Relevam o sonho do dramaturgo As cortinas desfolham segredos Em coreografias sagradas Os cantos profanam o magistral silêncio. Viver o espetáculo do mundo É criar o próprio protagonista Compreender os arteiros e artistas Como personagens possíveis Nas realizações e alegorias. O céu estrelado embala o dia sonolento Canto de astros, coro perene, A criança tropeça nos primeiros passos A jovem sopra o mensageiro do vento Num farfalhar constante de folhas e enredos. A mulher veste a rodada saia Brinca de ser, cria destinos, Tambores anunciam a festa de viver Congadas, maracatus, reisados, Folias em tantos ritmos. O olhar persegue os passos dourados Descobre o caminho do crescimento Nos bárbaros véus da madrugada Desfilam máscaras, mitos, fantasias, Realidades, sonhos e pensamentos. Viver o espetáculo do mundo É criar o próprio protagonista Compreender os arteiros e artistas Como personagens possíveis Nas realizações e alegorias.
Helena Sut
Enviado por Helena Sut em 25/04/2006
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